O que esperar de um telemóvel de 600 euros?
Se vais comprar um telemóvel de 600 euros, queres um smartphone de gama alta e tudo o que isso implica. Mas, o que há na gama alta? Estamos aqui para te dar a informação sobre o que faz um telemóvel ser de gama alta.
Ecrã: AMOLED, Super AMOLED ou OLED com 120 Hz
E não há mais. A opção de ecrã mais comum nesta faixa de preço é um AMOLED com 500 nits de brilho típico e 120 Hz de atualização.
O meu conselho é que não te foques no "pico de brilho máximo", que também é importante, mas sim no "brilho típico". O brilho máximo é bom para saberes o que esperar quando sais à rua e colocas o brilho no máximo, mas muitos de vocês não o usarão sempre (mais que nada porque dizemos adeus à bateria).
Depois, a taxa de atualização de 120 Hz é para mim obrigatória quando vamos comprar um telemóvel por 600 euros, ainda mais se procuramos o melhor.
OLED? Sou utilizador do iPhone 13 e quando os raios de sol batem diretamente, sofre com o brilho no máximo. Para mim, o AMOLED é mais versátil porque costuma oferecer um brilho máximo mais interessante, devido ao facto de ser uma tecnologia que incorpora painel de retroiluminação (o OLED não).
Por outro lado, é indispensável que o formato HDR aceite seja HDR10+, embora nos painéis OLED vejas Dolby Vision. Ambos vêm com metadados dinâmicos, que é o ideal, e a maioria vem com HDR10+ porque é o formato criado pela Samsung e a maioria dos smartphones monta ecrãs fabricados pela Samsung.
Oi, se o terminal suporta Dolby Vision e HDR10+, melhor ainda!
Por último, o tamanho do ecrã. O mercado falou e o normal é que o tamanho oscile entre 6.7 e 6.8 polegadas, embora haja alguma opção de 6.36”. Para os curiosos, o que quebra essa tendência é o Xiaomi 14, um telemóvel recém-lançado na China.
SoC: Qualcomm Snapdragon 8
Não me importa o modelo em concreto, mas esquece a série 7XX da Snapdragon: nesta gama o telemóvel deve montar um Snapdragon em condições. Isto equivale a ter 8 núcleos Arm, com frequências de 3-3.5 GHz, uma Adreno da série 700 e um processo de fabricação no chip de 4 ou 5 nm.
E se não jogo videojogos? E eu pergunto-te, gostas que o smartphone tenha uma boa câmara? De facto, tenho a certeza de que, se estás aqui e não vais jogar no telemóvel, estás à procura de algo fluido com muito boas câmaras.
Pois dizer-te que o SoC é super importante para que os sensores CMOS façam bem o trabalho e o pós-processamento seja de qualidade.
RAM e memória interna
Nesta gama parte-se dos 12 GB de memória RAM LPDDR5, embora se encontres 16 GB LPDDR5X muito melhor. Quanto ao armazenamento interno, os 256 GB impuseram-se como novo padrão, e praticamente qualquer smartphone de 600 euros traz consigo.
Ampliável para SD? Sinceramente, é algo que não deveríamos sentir falta, e que está mais que provado que retarda a experiência quando entramos na galeria para ver vídeos ou fotos guardadas em microSD.
Leitor de impressões digitais, reconhecimento facial e de íris
Todos costumam trazer leitor de impressões digitais e reconhecimento facial, mas o reconhecimento de íris é mais raro de ver. Aliás, o reconhecimento de íris foi algo que a Samsung lançou e parece não ter convencido o resto das marcas. O que mais vamos ver são reconhecimentos faciais através da câmara selfie, e um sensor de impressões digitais que está incrustado no ecrã.
Câmaras: mais não é melhor e a gama alta caracteriza-se pela selfie
Sim, apesar do que muitos possam pensar, os smartphones de gama alta não são conhecidos apenas pela sua qualidade fotográfica, mas por terem uma câmara selfie em condições. A câmara frontal é a que mais fica descuidada quando descemos de gama, mas aqui devemos exigir uma boa qualidade.
Agora, falando das câmaras traseiras, o normal é encontrar 3 lentes:
- A padrão com cerca de 50 Mpx.
- Grande angular + Macro.
- Lente teleobjetiva.
E agora dirás, há smartphones de gama média com essas 3 lentes e, até mesmo, com 4! Mais lentes não é melhor, e isso é comprovado pelo Google Pixel ano após ano. Por trás dessas câmaras deves encontrar coisas como:
- Zoom óptico 2x ou mais.
- Zoom óptico 20x.
- Macros realmente próximos.
- Vídeo de alta qualidade com estabilizações, gimbal, modo cinema, Slow Motion de 480 a 960 fps, etc.
- Repara na abertura e no tamanho do pixel, bem como se traz Pixel Binning.
Para terminar, e como referência aproximada, recomendo-vos os testes que a DxOMark faz porque é das poucas coisas fiáveis que restam.
Todo o 5G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2 ou mais recente com perfis interessantes e NFC
O melhor telemóvel por 600 euros deve ter todas as bandas 5G, pelo menos Wi-Fi 6 e um Bluetooth com versão 5.2 ou superior. Não só isso, mas também os perfis Bluetooth, especialmente se vais ouvir muita música com auscultadores bluetooth!
Digo isto porque adoro música e para mim é muito importante, e em termos de bluetooth, é indispensável que vejamos perfis como A2DP, APT-x, SBC, AAC e LDAC.
Por último, não pode faltar o NFC para fazer pagamentos com Google Pay, Samsung Pay, Apple Pay, ou a carteira que quiseres! Uma muito interessante é a Garmin Pay, podendo pagar com os relógios GPS que, por sinal, vendemos na PcComponentes.
O áudio não pode falhar
Os altifalantes devem estar à altura, e deve-se notar claramente a subida de qualidade quando gastamos 600 euros no que, para nós, deve ser o melhor telemóvel.
Como saber se tem bom áudio? Com as análises que fazemos ao terminal, se vem com vários altifalantes, se tem Dolby Atmos ou alguma característica que te anunciem a bombo e platillo.
Bateria de 5000 mAH ou mais com carga rápida decente e uma ROM ou S.O atual
A começar pela bateria, digo-vos que os 5000 mAh em gama alta é o normal; dito isto, é apenas uma referência e pode ser que a marca tenha uma ROM muito otimizada que não requer tanta bateria para o dia a dia.
Na nossa experiência, para vocês é um ponto muito conflituoso e querem que dure muitos dias. Agora bem, um Ferrari tem que abastecer de vez em quando e não tem a melhor autonomia, certo? Pois com os smartphones acontece o mesmo: o normal é que dure 1 dia ou algo mais de 24 horas.
Para os 2 dias de autonomia têm modelos muito interessantes por menos preço. No entanto, estes modelos mais baratos não trazem a carga rápida que vos pode salvar de uma boa, e refiro-me ao que oferece a OnePlus, Samsung, Xiaomi, Google ou Oppo.
Terminamos este pequeno guia com o sistema operativo e a versão de ROM:
- Android 13 ou superior.
- Cuidado com certas ROM que trazem muito bloatware que não se pode desinstalar.
- Se não traz Android 13, que pelo menos traga a atualização para esse S.O.
Conselho bónus: não há problema em comprar um smartphone de geração anterior
Vejo muito receio em comprar um smartphone de 1 ou 2 anos porque vos preocupa a antiguidade, mas há produtos que continuam a ser vendidos e são melhores que gamas médias ou baixas muito recentes.
Falo de telemóveis que no seu dia custavam 800 ou 900 euros e hoje encontramos por 600 euros; o mesmo acontece com smartphones que agora custam 400 e 300 euros. Reparem em tudo o que explicamos anteriormente.
O melhor telemóvel por 600 euros: veredicto definitivo
Como há muito por onde escolher, e tendo em conta a minha experiência, decidi recomendar-vos estes modelos porque são os melhores telemóveis por 600 euros:
- Google Pixel 7, o melhor telemóvel por 600 euros que reúne tudo, à exceção de uma boa bateria.
- Samsung Galaxy S22, o seu único ponto fraco é a bateria, mas com a sua carga rápida compensa largamente.
- Nothing Phone 2, para quem quer algo diferente, com personalidade e com uma fluidez espetacular.
- Xiaomi 13T Pro, embora se mova ligeiramente acima dos 600 euros, considero que é um telemóvel espetacular que deves ter em mente porque é super completo.
- iPhone 13, continua a ser um terminal espetacular (sou utilizador) e se procuras algo da Apple, por pouco mais de 600 euros.