O que é uma APU AMD?
AMD APU (Accelerated Processing Unit) é a composição de um processador x86 com gráficos integrados de maior desempenho, ou seja, uma CPU que inclui uma GPU. Por que chamá-lo de diferente? Porque a APU tem como peculiaridade gráficos integrados mais potentes do que os que se costumavam desfrutar em CPUs.
Tudo isto é conseguido no mesmo die do processador, tendo o chip dividido entre os seus núcleos, cache, controladora, saídas/entradas, juntamente com uma área especificada para a GPU.
Já sabes que os AMD Ryzen convencionais (série 1000 a 5000) não têm gráficos integrados, o que significa que precisamos de uma GPU dedicada para poder funcionar. Pois bem, a APU Ryzen de desktop identifica-se com o nome "G" de "graphics" para se diferenciar dos modelos normais. Exemplos disso são o AMD Ryzen 5 5600G, o AMD Ryzen 3 4300G ou o AMD Ryzen 7 5700G.
História da APU: não surge com Ryzen
Se pensavas que é uma tecnologia recente, a verdade é que o conceito de AMD APU está connosco desde 2006, apelidado de AMD Fusion. Inicialmente, falava-se de um SoC (System On Chip), mas acabou por ser um processador x86 com gráficos integrados. Tudo nasceu com a aquisição da ATI Radeon, a mítica marca de GPUs que competia com a NVIDIA em desktop e portáteis (AMD não tinha ideia de gráficos 3D).
Nesse contexto dos inícios dos anos 2000, as GPUs internas que existiam nas CPUs só serviam para reproduzir vídeo. Com a APU procurava-se dar um salto qualitativo para poder jogar um jogo sem GPU dedicada.
No entanto, este projeto chamado "Fusion" demorou mais do que o estimado, sendo apresentada no Computex de 2010 a primeira APU AMD como um "híbrido CPU e GPU" num único chip. A AMD mostrou uma demo de Aliens vs Predator em que a APU conseguia manter os 30 FPS em certos pontos funcionando com a API DirectX 11.
A AMD lançou a APU para ultrabooks, não para desktop. Porquê? Segundo a AMD, os gamers de desktop tinham padrões claramente mais altos, por isso não havia razão para lançar um chip híbrido nessa plataforma. Pensa que as GPUs em portáteis ainda tinham muito a melhorar e os portáteis gaming decentes não chegaram até 2015.
De facto, APU inicialmente era um termo cunhado para processadores portáteis, que ainda é usado hoje em muitas notícias (alguns confundem-se). E é por isso que certas APUs de desktop são baseadas em designs para portáteis.
Dito isto, no CES 2011, a AMD lançou a plataforma de desktop FM1 chamada "Llano" e apresentou a primeira APU para desktop, que equipava uma CPU K10 e uma GPU baseada nas Radeon HD 6000, compatível com o socket FM1.
Anos depois, este projeto que começou como "AMD Fusion", mas teve que mudar de nome porque a AMD foi processada pela Arctic por uma violação de propriedade intelectual. A questão era sobre a marca "Fusion", já que a marca suíça a tinha especificada para fontes de alimentação.
Houve APUs nos sockets FM2, FM2+ e não foi abandonada em 2014 da mesma forma. Agora, o grande impacto veio com os AMD Ryzen, deixando de lado os Athlon Com Radeon Graphics que eram uns processadores muito limitados.
Os primeiros Ryzen para portátil basearam-se na famosa arquitetura Zen e foram apresentados em 2017, mas as primeiras APU Ryzen de desktop chegariam em 2018: os Ryzen 3 2200G e Ryzen 5 2400G, baseados em Zen+. No segmento OEM vimos vários "Ryzen Pro" e alguns modelos "GE", mas não podiam ser vendidos a retalho.
A AMD não abandonou a ideia, mas os upgrades vinham por parte da arquitetura (Zen 2, Zen 3, Zen 4 em diante), bem como pelos gráficos integrados (RX Vega na sua maioria, oscilando os CUs e frequências). Não posso dizer que houve avanços na plataforma porque AM4 esteve operacional desde 2017 até 2022, momento em que foi anunciada AM5 juntamente com os AMD Ryzen 7000.
Em breve descobrimos que as APUs tinham certas vantagens e desvantagens:
- Ofereciam um grande desempenho e uma relação preço-qualidade muito interessante (jogar em 720p a 60 FPS em muitos jogos era possível comajustes médios-baixos).
- Funcionavam realmente bem com frequências altas em memória RAM.
- Não são produtos muito amigos do overclock.
Acabando com a história da APU AMD, dizer-vos que o grande avanço veio com AMD Ryzen 5000, Zen 3 e a novidade do AMD Ryzen 7 5700G, apresentado em 2021. Ter um chip de 8 núcleos e 16 threads juntamente com uns gráficos integrados Vega 8... era muito apetecível. Criticou-se que o seu iGPU não estivesse baseado em RDNA 2, mas tinha que se continuar à espera.
As melhores APU AMD
Se procuras um bom desempenho gráfico sem necessitar de uma GPU dedicada, estás no sítio certo porque a AMD coloca-te isso na bandeja. Dito isto, os últimos AMD Ryzen 7000 já vêm com gráficos integrados, mas continua a ser interessante contemplar as APU Ryzen baseadas em AM4.
Sem dúvida, começaria com o AMD Ryzen 7 5700G pelo seu desempenho/preço, já que temos o conceito APU mais refinado com uma frequência máxima de 4.6 GHz, um cache L3 de 16 MB, um consumo muito contido e os famosos 8 núcleos e 16 threads. É um todo-o-terreno!
Em segundo lugar, contemplaria o AMD Ryzen 5 5600G por ser um pedaço de CPU abaixo dos 130€, que oferece 6 núcleos e 12 threads.
Para terminar, temos o Ryzen 3 4300G, que me parece uma CPU muito completa abaixo dos 90€. Sem dúvida, uma opção low-cost para um mini PC.
Atenção aos AMD Ryzen 7000G que parecem vir no final de 2024! Teremos eles na PcComponentes com certeza!