
Vamos começar por explicar o que é o OLED
O nosso colega Alberto explicou-nos as diferenças entre o OLED, QLED ou qualquer outro painel LCD-LED. As siglas OLED significam Organic Light-Emitting Diode e é um painel caracterizado por ter um diodo emissor de luz por cada pixel. Isto é perfeito porque cada pixel ilumina-se individualmente, o que se traduz numa maior precisão na imagem que se quer mostrar.
Se há algo de que os especialistas em painéis LCD-LED se queixam é que temos uma retroiluminação ou backlight composta por uma série de lâmpadas LED, que é o que dá luz e brilho à imagem. Dependendo da gama ou do modelo, teremos uma retroiluminação Edge LED (LEDs em 2 lados da TV), Direct LED (LEDs distribuídos pela TV) e FALD (LEDs por todo o ecrã).
O que mais se aproxima do OLED é o painel LCD-LED com retroiluminação FALD, mas é uma "solução temporária": os LEDs não se apagam onde a imagem não precisa de luz, mas sim que se “atenuam”. O OLED não tem retroiluminação, por isso proporciona pretos puros porque os diodos apagam-se completamente quando, nessa zona, não é necessária luz.
Além de tudo isto, dizemos que são orgânicos porque os pixels estão revestidos por um polímero com átomos de carbono. O problema disto é que tem uma vida útil menor, segundo o papel. No entanto, perguntas-te qual é a vida útil de um painel OLED? O número ronda as 100.000 horas, o que equivale a 10 anos a usar a TV 8-10 horas por dia.
O que é o QD-OLED e por que é revolucionário
Fonte: SamMobile
Explicado o OLED, é altura de dizer que o QD-OLED é um painel híbrido, que foi desenvolvido pela Samsung, que utiliza uma tecnologia autoemissiva tendo 2 camadas principais: uma camada azul de auto-emissão e uma camada QD.
Cada pixel reproduz a sua retroiluminação e a sua cor, sendo estes pixels denominados "pixels OLED". Por sua vez, cada pixel divide-se em 3:
- Subpixel azul.
- Subpixel vermelho.
- Subpixel verde.
Se combinarmos os 3 podemos criar uma luz branca, mas, se usarmos filtros e uma luz azul não é um LCD-LED convencional? Não totalmente. Aqui são realizadas transformações de cor através dos Quantum Dots sem perder luz, sendo esta a razão de ser do QD-OLED.
Por que nasce o QD-OLED? Existem 2 razões:
- Porque os OLEDs pecavam por ter pouco brilho, algo impensável numa sala muito iluminada ou num ambiente onde haja muita luz ou reflexos. O QD-OLED consegue dar uma imagem com muitos mais nits e tem a capacidade de atenuar-se completamente.
- Porque os QLEDs não podiam atenuar-se completamente, sendo o FALD uma retroiluminação cara de fabricar, bem como uma opção pouco vendável em comparação com o OLED.
Assim, os QD-OLED nascem para dar o contraste do OLED e o brilho dos QLED. É por isso que esta tecnologia está a tornar-se padrão na marca e é cada vez mais comum vê-la até em qualquer promoção de televisão. Destacar que a Samsung tem um rare avis: uma televisão OLED convencional.
Melhor que o OLED?
A Samsung rivaliza contra o OLED convencional, que vemos na LG, Sony, Panasonic e outras marcas. A teoria diz-nos que um painel OLED da LG faz uso de uma camada de luz branca que passa através de um filtro de cor, mas há uma percentagem de luz que se perde no processo.
E é que a LG usaria um subpixel branco em cada pixel para tentar compensá-lo, o que acontece? Que o uso deste subpixel causa uma degradação na cor pela combinação entre retroiluminação branca e subpixel branco.
Fonte: SamMobile
É importante lembrar que os painéis OLED melhoraram muito desde os seus inícios em 2013, como é o caso do OLED Evo, entre outras versões. Agora têm muito mais brilho do que antes, oferecendo 1000 nits sem problemas, e em relação à cor... continua a ser melhor do que muitos ecrãs de cinema.
Além disso, o OLED está estabelecido no mercado há uma década, enquanto o QD-OLED nasceu em 2022. De facto, como acontece com muitas tecnologias novas, a Samsung teve problemas iniciais de fabricação, deixando a produção dependente da demanda do cliente. A marca coreana investiu cerca de 11.700 milhões de dólares em tecnologias como o QD-OLED desde 2019, acoisa não é brincadeira. Descobre as melhores televisões no nosso vasto catálogo.
Características dos painéis QD-OLED
Depois de explicar o funcionamento dos QD-OLED, vejamos o que eles podem oferecer para convencer completamente o utilizador.
Espaços de cor muito interessantes
Normalmente, vemos uma maior menção sobre os espaços de cor nos monitores, e não tanto nas televisões. Pois, dizer-vos que um painel QD-OLED pode expressar mais de 80% do espaço BT.2020, que é um dos mais exigentes. Costuma-se usar DCI-P3 para expressar a capacidade que o painel tem para mostrar determinadas cores, mas BT.2020 é algo mais avançado.
Brilhos de mais de 1000 nits
Pessoalmente, desaconselho focar-nos apenas nos nits, dando mais importância ao tipo de retroiluminação, à cobertura de cor, precisão, profundidade e relação de contraste. Os QLED ofereciam muitíssimos nits pagando um preço, mas os QD-OLED oferecem mais de 1000 nits mantendo outros parâmetros controlados.
Sem dúvida, isto é um atrativo para, por exemplo, aqueles bares que queiram colocar uma boa televisão para transmitir um jogo de futebol ou qualquer outro desporto: brilho TOP e uma qualidade de imagem adequada.
Taxas de atualização mais altas
A Samsung não desconhece que a PlayStation 5 ou as Xbox Series X e S permitem aproveitar mais hertz, por isso tem feito esforços para oferecer televisões de 144 Hz. Já sabem que os fabricantes como a Samsung, primeiro testam a sorte no setor das televisões; se a ideia funcionar, passam-na para o setor dos monitores.
É o que está a acontecer com o OLED, havendo marcas como a ASUS que apostaram firmemente juntamente com a GIGABYTE e a própria LG para equipar estes painéis em monitores gaming.
NVIDIA G-SYNC e AMD FreeSync Premium
Estas tecnologias não faltarão para tornar certas televisões QD-OLED mais atrativas, já que muitos OLED vêm com ambas. Certificar painéis de alta qualidade como os QD-OLED para que ofereçam estas tecnologias de sincronização adaptativa não é um grande desafio. Não será difícil ver NVIDIA G-SYNC ou AMD FreeSync em televisões com esta tecnologia.
Por exemplo, a ASUS apresentou o ROG Swift OLED PG49WDCD, que equipa um painel QD-OLED com 144 Hz e 0.03 ms GtG de tempo de resposta. Assim, entendemos que é possível chegar a estes valores através destes painéis, tal como a LG faz com OLED.
HDR10+ Adaptative
Trata-se de um novo formato ou padrão HDR que a Samsung lançou em 2020 como uma evolução do HDR10+, que é open source e é apoiado por muitos estúdios cinematográficos. Denominaram-no "Adaptative" porque adapta a iluminação do painel à luz ambiente da sala ou quarto onde estamos.
Tizen 7.0
Por último, as televisões que vêm com este tipo de painel parecem vir com as últimas versões do Tizen, que é o sistema operativo da Samsung em Smart TV. Tudo se traduz em compatibilidade com Alexa, Bixby (assistente da Samsung), Google Assistant, SmartThings (app ecossistema da Samsung) ou Apple HomeKit.
E os QLED?
Os QLED não deixam de ser LCD-LED do tipo VA que estão vitaminados pelos Quantum Dots, sendo igualmente importante observar que tipo de retroiluminação utilizam, porquê? A Samsung utiliza Edge LED, Direct LED e FALD nos QLED, por isso são distribuídos em gamas, sendo os FALD os modelos mais caros.
A aparição dos QD-OLED não significa que os QLED sejam maus, de todo; simplesmente estamos numa corrida de vanguarda em que a Samsung e a LG competem ferozmente.
Se assim fosse, a PcComponentes não os venderia, mas é importante que o consumidor possa escolher entre uma variedade de modelos e gamas. Quero lembrar que os FALD competiam diretamente com os OLED, havendo modelos muito afinados que mostravam uma imagem super similar aos da LG. Não percas nenhum e dá uma olhada na nossa loja, de certeza que encontras algo!