
O que são os VRM da placa-mãe e para que servem
Os VRM são componentes localizados à volta do socket da CPU, compostos por fases; cada fase é composta por um indutor, um MOSFET e um condensador. As siglas VRM significam Voltage Regulator Module (Módulo regulador de voltagem) e o objetivo dos VRMs é regular a voltagem que passa por eles e os circuitos de alimentação que vão direcionados à CPU.
Servem para limpar a energia antes de chegar à CPU, e é que a voltagem do conector EPS é de 12 V. Pensas que à CPU chegam 12 V? Pois não, a CPU não costuma exceder 1.5V, a menos que alguns de vocês estejam loucos a configurar o overclock.
Daí que se diga que os VRM de uma placa-mãe marcam as capacidades de overclock de uma CPU, não só o silício desta. Quando fazemos overclock a uma CPU, temos que aumentar a voltagem, e aqui é onde entra a importância dos VRMs: é vital para frequências altas e um desempenho estável.
Como saber se uma placa-mãe tem bons VRM: design de fases
Todas as marcas de placas-mãe anunciam a bombo e platillo o design de fases que oferece o seu modelo “X”, mas muitos não sabem a que se referem. Os VRMs são representados por um número de fases para a CPU ou RAM mais um número de fases para o resto dos componentes.
Por exemplo, quando falamos de um design “Power Phase” de 12+2, estamos a ver que a marca colocou ênfase no seu modelo para os utilizadores overclockers.
Mais fases é melhor, não é? Como regra geral sim é, mas a chave está na qualidade do hardware. Se repararem, as marcas costumam mencionar “condensadores de alta qualidade japoneses”, o que dá pistas de que a qualidade é boa.
Vimos que certos modelos vêm com fases duplicadas, ou seja, não são fases verdadeiras. As fases verdadeiras são ideais, mas também são mais caras de produzir, por isso cuidado com certos modelos que usam duplicadores. Não é um problema usar duplicadores, embora a energia que é entregue à CPU não seja tão limpa.
Claro, os bons VRM estão nos chipsets entusiastas, já vos adianto. A comunidade overclocker sempre teve muita força e existem certas “tierlists” criadas por utilizadores que têm determinados modelos, que finalmente são classificados segundo a qualidade dos VRM.
Em LinusTechTips têm a sua Tierlist para AMD. No entanto, recomendo-vos a passar por overclock.net porque aí podem encontrar tópicos interessantes sobre tierlists de VRM.
E se não quero fazer overclock?
Os VRM da placa-mãe continuam a ser importantes, especialmente se falamos de frequências Boost que podemos ativar na BIOS UEFI. Refiro-me às frequências “turbo” que a AMD e a Intel disponibilizam nos seus processadores, concedendo vários FPS adicionais após ativá-las.
No final, estamos a pressionar a CPU em termos de frequência, por isso é importantíssimo injetar energia limpa no chip. Além disso, é essencial para que não ocorra um thermal throttling, e essa é a razão pela qual as placas-mãe mais caras vêm com dissipadores passivos em cima dos VRMs.
A importância de ter uma boa caixa de PC bem ventilada
Sempre vos recomendamos a dar a importância que merece às caixas de PC e à sua ventilação, quem vai refrigerar o calor produzido na placa-mãe? Agora mesmo estou numa sala com uma temperatura ambiente de 24ºC com os ventiladores e dissipadores a meio gás e em IDLE: estas são as minhas temperaturas.
Destaco-vos as temperaturas da placa-mãe MSI, que no meu caso não são os melhores VRM porque é uma B350 Gaming Plus de 2017. Para medir a temperatura dos VRM precisamos de um termómetro infravermelho, já que muitas placas não incorporam sensores nessa zona.
Quando chega a cerca de 90ºC, a placa-mãe entra em alerta e deve baixar certo desempenho para evitar sobreaquecer e danificar-se. Aqui é onde a refrigeração da placa-mãe juntamente com a refrigeração da caixa formam uma equipa crucial.
Vão ver que há placas-mãe com dissipadores passivos nos VRM, e não se tratade estética, mas de eficácia. Isto ajudará a manter a temperatura destes componentes tão importantes sob controlo, o que contribuirá para o gozo de certa estabilidade e da possibilidade de praticar overclock.
Portanto, cuidado com o uso que dás à CPU e cuida bem da refrigeração de todos os componentes. O último digo para aqueles que usam kits AIO, que supõe tapar uma saída/entrada de ar à caixa exclusivamente para a CPU, é preciso investir em mais ventoinhas!
Para terminar, considero fundamental que vejas este vídeo da Gamers Nexus em que demonstram o thermal throttling que se sofre quando os VRMs atingem temperaturas muito altas. Podes colocar legendas em espanhol para não perderes nada.
Vais escolher a placa base sem ter isto em conta? Tenho a certeza que após leres este post vais ver as placas base com outros olhos.