— Redator de tecnologia.
Especialista em computadores e atualidade
O iPad Pro M4 foi apresentado oficialmente no mês passado e na PcComponentes já tivemos a oportunidade de o testar. A seguir, vou contar-te tudo de bom que este dispositivo tem, os pontos a melhorar e, acima de tudo, as conclusões para que possas decidir se é para ti.
iPad Pro M4: especificações técnicas
Antes de começar com a review, vamos rever as especificações técnicas do iPad Pro M4:
ESPECIFICAÇÕES | iPad Pro M4 wifi de 256 GB |
ACABAMENTO | Prata |
ARMAZENAMENTO | 256 GB |
CHIP | M4 (CPU de 9 núcleos, GPU de 10 núcleos e Neural Engine de 16 núcleos) |
COR E BRILHO | Gama cromática ampla (P3) e brilho máximo de 1.600 nits |
CONECTIVIDADE | Wifi, bluetooth e porta de carregamento USB-C |
CÂMARA FRONTAL | Ultra grande angular frontal de 12 Mpx e gravação de vídeo em 1080p HD até 60 fps |
CÂMARA TRASEIRA | Grande angular de 12 Mpx, Zoom digital x5 e gravação de vídeo em 4K até 60 fps |
ECRÃ | Ecrã Ultra Retina XDR com painel OLED em tandem |
PESO | 444 g |
RAM | 8 GB |
RESOLUÇÃO | 2.752 x 2.064 píxeis a 264 p/p |
TAMANHO | 13 polegadas |
TAXA DE ATUALIZAÇÃO | Tecnologia ProMotion com frequência de atualização adaptativa entre 10 e 120 Hz |
iPad Pro M4: um potente ‘portátil’ no corpo de um tablet
Já temos connosco o iPad Pro M4 de última geração. Então, sem mais demoras, vou contar-te quais foram os aspetos que mais nos surpreenderam num dispositivo quase perfeito.
Um ecrã excecional
Assim que tiramos o iPad da caixa, a primeira coisa que nos surpreende é o brilho e a precisão de cor do novo ecrã. Um painel que a Apple denomina como OLED em tandem. O que significa exatamente isso? Pois que cada um dos píxeis do painel tem dois módulos. Isso permite aumentar o brilho máximo do dispositivo para picos de 1.600 nits em conteúdos HDR.
Um brilho máximo que só vamos desfrutar ao ver este tipo de conteúdos à luz do dia, dado que o seu brilho máximo ‘normal’ -em conteúdos SDR- é de 1.000 nits. Mais do que suficiente para o seu uso em interiores e muito útil em exteriores, onde se pode usar com conforto, isso sim, à custa de um sobreaquecimento do dispositivo que já começa a ser tristemente habitual nos dispositivos da Apple.
Por sua vez, o sistema de som continua a ser tão bom como na geração anterior, com quatro altifalantes localizados em ambos os lados do dispositivo, o que permite manter uma imagem estéreo adequada em qualquer conteúdo multimédia.
Processador M4: potência bruta
Se há uma empresa que há anos anuncia a "era pós-PC", essa é a Apple. Cada nova atualização do iPad Pro prova isso e nesta quiseram torná-la ainda mais especial com o lançamento do seu novo processador, o M4. Um chip muito capaz, com o qual se chega a perguntar se realmente faz sentido colocar tanta potência dentro de um tablet, por muito "Pro" que seja.
No modelo que testámos -o de 256 GB de armazenamento- o chip M4 tem nove núcleos de CPU (3 de desempenho e 6 de eficiência) e GPU de 10 núcleos com traçado de raios por aceleração de hardware. A isto temos que adicionar o Neural Engine de 16 núcleos, com 120 GB/s de largura de banda de memória e 8 GB de RAM.
Aqui encontramos especificações que poderia ter perfeitamente o último MacBook da empresa. Isso permitiu-nos editar áudio de forma profissional com o Logic Pro, conectando uma placa de som à porta USB-C do iPad, para poder gravar vozes e guitarras.
Em resumo, o desempenho deste iPad não se pode discutir, chegando mesmo a superar os modelos M3 na execução de apps profissionais e jogos exigentes, como veremos a seguir.
Gaming para todos
Quando falamos de gaming, tenho uma regra pessoal: quanto maior for o ecrã, mais desfruto do jogo. Tive a minha época de jogar com a PSP, e mais recentemente com a Nintendo Switch, mas para jogar a sério gosto de ter ecrãs grandes.
Assim, com um ecrã de 13 polegadas, a realidade é que o iPad se torna numa consola portátil com a qual me apetece jogar. Conectar-lhe um comando da PlayStation é tão simples como ligar o bluetooth, e desta forma sim, pode-se ter uma experiência gaming semelhante à que qualquer consola oferece.portátil.
Estivemos a testar desde jogos de corrida como o Asphalt, até outros de ação como Fortnite e Genshin Impact e todos se comportaram de forma fluida. Neste sentido, podemos dizer que o iPad Pro M4 eleva a experiência de gaming 'tudo em um' ao seu nível mais alto dentro do catálogo da Apple.
iPad Pro M4: aspetos a melhorar
Não existe um dispositivo perfeito, e depois de testar e analisar o iPad Pro M4 encontrámos algumas questões que podem ser melhoradas para o futuro:
Apple elimina a retrocompatibilidade de acessórios
As boas notícias da keynote da Apple, na qual foram apresentados os novos iPad tinham muito a ver com os seus novos acessórios, como o Apple Pencil Pro ou o novo Magic Keyboard. No entanto, por detrás desta apresentação escondia-se uma notícia um pouco menos agradável: os acessórios de gerações anteriores já não são compatíveis com o novo iPad Pro M4.
Isto parece-nos um erro grave que a Apple não deveria permitir com um dispositivo de gama alta destas características. E é que o utilizador que há um par de anos comprou o iPad Pro com chip M2 para trabalhar, juntamente com a capa e o teclado teve que desembolsar -no melhor dos casos- cerca de 2.000 euros pelo seu equipamento. Um equipamento para o qual (no caso de querer renovar) teria que voltar a comprar acessórios no valor de 600 euros.
Muito hardware, pouco software
Aqui vem o ponto polémico do artigo, mas abro guarda-chuva. Na minha humilde opinião, o iPad Pro M4 está à altura, e até supera em muitos aspetos, o melhor MacBook da Apple. Mas… Eu não trocaria o meu MacBook Air M1 por este tablet.
A razão? Que o sistema iPadOS continua a limitar uma potência impressionante que por enquanto muito poucos desenvolvedores estão a aproveitar.
Toda esta potência de hardware, além disso, tem o seu contraponto na autonomia do dispositivo, que em teoria se mantém até 10 horas de uso. No entanto, a realidade diz-nos que quanto mais exigimos do processador, com apps profissionais ou jogos como Genshin Impact, o consumo reduz-se até baixar das 6 horas.
Conclusões sobre o iPad Pro M4
Dizia um velho anúncio de televisão que "a potência sem controlo, não serve de nada". E após testar em primeira mão o iPad Pro de 2024, esta frase vem-me à cabeça. Contamos com o que provavelmente seja o dispositivo mais avançado da Apple em termos de hardware, com a mais recente geração de processadores da empresa, o ecrã OLED mais brilhante e RAM para aborrecer… Mas continua a haver a sensação de que isto poderia ser muito mais.
Não me interpretem mal, existem apps profissionais que já estão a aproveitar o chip M4, como as próprias Final Cut Pro e Logic Pro para iPad ou a bem conhecida Procreate, bem como jogos de consola, como Death Strading e Resident Evil. Mas se o poder executar estas cinco aplicações vale a pena o investimento, deve ser o utilizador a decidir.
No meu caso, acho que não… mas claro, tudo isto pode mudar no próximo dia 10 de junho, quando a Apple apresentar todas as novidades para os seus sistemas operativos em que trabalhou este ano. Será aí que realmente descobriremos se este dispositivo fica como uma peça de hardware extraordinária, ou se consegue fazer com que aproveitar toda essa potência seja algo viável para o utilizador.
- Tela excepcional, a melhor em um iPad até a data.
- Processador muito potente.
- O melhor dispositivo da Apple em termos de hardware.
- Autonomia um pouco mais baixa que em modelos anteriores.
- Não permite o uso de acessórios de gerações anteriores.
- iPadOS não faz justiça a um hardware tão potente.