Todos os smartphones são, em menor ou maior medida, pequenos computadores de bolso. Mas no tipo de telemóvel em que essa frase faz mais sentido é nos smartphones flexíveis do tipo livro. O grande ecrã que oferecem ao serem desdobrados oferece-nos quase um tablet, que aliado à potência com que contam, permite-nos, por exemplo, executar várias aplicações ao mesmo tempo.
O referente neste tipo de telemóvel é o Samsung Galaxy Z Fold5, por ser também o mais recente, o que mais edições tem no seu currículo. Mas entre as alternativas que podemos comprar em Espanha, porque nem o Google Pixel Fold nem o Xiaomi Mix 3 estão à venda no nosso país nem sabemos se chegarão algum dia, há duros rivais para o Z Fold5. Falamos do Huawei Mate X3 e do Honor Magic V, dois smartphones chineses mas com importantes diferenças entre si. Em resumo, os telefones dobráveis já são uma realidade, e não são poucas as razões que nos convidam a pensar em comprar um telemóvel dobrável.
Portanto, escolhidos os rivais com os quais o nosso protagonista vai competir, vamos ver primeiro quais são os aspectos que serão objeto da nossa comparação.
Comparação de smartphones dobráveis tipo livro: que aspectos vamos comparar
Numa comparação em que os protagonistas são smartphones praticamente pensados para fazer as vezes de computador, um dos principais pontos a analisar será a potência. E é que se queremos usar aplicações pesadas ou várias apps ao mesmo tempo, será especialmente importante contar com um smartphone capaz de se manter à vontade em qualquer situação.
Se a potência é importante, não podemos deixar de lado os ecrãs. É verdade que muitos utilizadores ligarão este tipo de smartphones a ecrãs externos, de facto estão especialmente preparados para isso, mas também é importante ter bons ecrãs para situações de mobilidade. E além do tamanho dos ecrãs, há aspectos concretos neles que analisar e comparar.
Potência, ecrãs e software: os pontos chave de um bom smartphone dobrável
Claro, vamos tratar o resto dos aspectos técnicos de cada smartphone. Não poderíamos procurar o melhor entre os três telemóveis selecionados, sem falar antes das suas câmaras, autonomia ou conectividade. Porque de pouco serviria um computador de bolso se a sua bateria nos deixasse desamparados de imediato ou se as fotos que tiramos com ele depois não fossem de qualidade.
Agora, a um telemóvel que é um computador de bolso não só temos que exigir um hardware à altura. Neste caso, os fabricantes têm que trabalhar a personalização do software, para tirar todo o rendimento ao formato e aos seus ecrãs. Que funcionalidades extra nos oferecerá cada um dos smartphones? Vamos já com isso.
Samsung Galaxy Z Fold5: o veterano, ainda melhor
Comecemos pelo telemóvel que nos trouxe até esta comparação. O Samsung Galaxy Z Fold5. A realidade é que as diferenças com o seu antecessor não são muito grandes, porque após tantas edições parece que a marca coreana já tem um smartphone quase perfeito. No entanto, há novidades importantes, com a atualização do processador que além de o tornar mais potente melhora a autonomia, e melhorias ao nível do design.
O Galaxy Z Fold5 é 10 gramas mais leve que o Galaxy Z Fold4, mas a melhoria mais visível vem de uma nova dobradiça, que faz com que ao fechar o telemóvel fique totalmente plano. Antes, os Galaxy Z Fold tinham uma maior espessura para a dobradiça e menor para o outro lado, mas agora já não é assim. Isso faz com que a espessura também se reduza, de 15,8 para 13,4 milímetros, algo que se agradece quando se leva no bolso.
A Samsung aperfeiçoou a sua aposta neste formato, com uma nova dobradiça, mais potência e maior duração da bateria
Falemos de especificações técnicas. O Z Fold5 entra diretamente entre os smartphones mais potentes do mercado, porque tem o melhor processador do mercado, o Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2, que além disso é acompanhado por 12 GB de RAM. Falamos até de um aumento de 18% na potência deCPU e 32% a nível gráfico. Este processador também proporciona uma autonomia adicional, com até 21 horas de reprodução de vídeo.
Toda essa potência permite que o telemóvel possa mover sem problemas até três aplicações ao mesmo tempo no seu grande ecrã, que desdobrado chega até às 7,6 polegadas, podendo mostrar uma barra de tarefas com até 12 aplicações. A produtividade pode disparar se também acompanhares o telemóvel com a S Pen que atenção, não está incluída. As câmaras também estão à altura, embora sejam as mesmas do Z Fold4, com uma combinação tripla de 50, 10 e 12 megapixels na traseira, 10 megapixels no exterior e outra câmara de 4 megapixels sob o ecrã, ideal para videochamadas.
Em resumo, o Samsung Galaxy Z Fold5 tem tudo para quem quer um telemóvel que possa fazer as vezes de computador, tanto para trabalhar como para o lazer. Agora, os seus rivais também não ficam para trás, por isso vamos conhecê-los.
Huawei Mate X3: um grande smartphone, com os seus senãos
A Huawei tem provavelmente o maior rival para o Samsung Galaxy Z Fold5, pelo menos dos que se vendem em Espanha. O Huawei Mate X3 é o quinto membro da geração de dobráveis tipo livro da marca chinesa, e isso também se nota no nível que nos oferece. Agora, tens que saber desde o início que como qualquer outro Huawei, o Mate X3 não tem os serviços da Google, por isso não oferece o download de apps através da Play Store do Android, embora tenha vias alternativas para instalar as aplicações mais usadas.
A nível técnico, o Huawei Mate X3 está um degrau abaixo do Z Fold5, por uma simples questão de data de lançamento. E é que o processador que o move é o Qualcomm Snapdragon 8+ Gen 1, o anterior ao que o seu rival tem, algo que se nota no desempenho mas também na autonomia. Ainda assim, conta igualmente com 12 GB de memória RAM, por isso é capaz de se desempenhar perfeitamente com várias apps, mesmo exigentes, a trabalhar ao mesmo tempo.
Em relação a os ecrãs, os do Mate X3 são até maiores. Desdobrado tem 7,85 polegadas, enquanto que fechado chega às 6,4. A resolução não fica para trás, e de facto novamente falamos de mais píxeis e uma maior densidade. Tudo isto com um design bem cuidado e um fecho perfeito, que nos deixa um smartphone totalmente plano ao dobrá-lo. Até a bateria tem uma maior capacidade, 4.800 mAh, mas com um ecrã maior e um processador que não otimiza tão bem a autonomia, não podemos esperar maior duração.
Tecnicamente o Huawei Mate X3 é muito bom, mas a ausência do 5G ou dos serviços da Google representam um pesado fardo
Onde o Huawei Mate X3 aposta tudo é nas câmaras. A câmara principal conta com uma combinação de três lentes, com 50, 12 e 13 megapixels, que oferecem a possibilidade de tirar fotos com um zoom óptico de cinco aumentos. A esta câmara acompanham outras duas de 8 megapixels, no ecrã exterior e no ecrã principal. Quem já experimentou este telemóvel fala muito bem deste aspeto, o fotográfico, no qual a marca chinesa se tem centrado para tentar continuar a ter espaço no mercado apesar de não contar com o Android.
A nível de aproveitar o formato, a Huawei propõe diferentes divisões de ecrã, na horizontal ou vertical, para poder realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo. Em qualquer caso, as combinações de aplicações abertas podem ser guardadas, para abrir ao mesmo tempo um conjunto de aplicações que usamos habitualmente. A abertura é personalizável, de modo que se pode aproveitar para fazer videochamadas e partilhar ecrã, usar o telemóvel como tripé para tirar fotos ou como relógio de mesa.
Para resumir, o Huawei Mate X3 é um rival direto e sério para o Samsung Galaxy Z Fold5, que até pode ser melhor em certos aspetos, como o do ecrã e das câmaras. Agora, a ausência dos serviços da Google e Android, ou do 5G, prejudicam-no e tornam difícil que possamos optar por ele.
Honor Magic V
O outro rival para o Samsung Galaxy Z Fold5 é fornecido pela Honor, a marca que nasceu no seio da Huawei mas em 2020 tornou-se independente dela. Graças a isso, a Honor pode continuar a contar com os serviços da Google e a tecnologia de empresas norte-americanas. E dentro do seu catálogo existem vários smartphones dobráveis, mas o único que hoje podemos comprar em Espanha é o Honor Magic V.
Trata-se do smartphone dobrável mais "velho" desta comparação, se por velho entendemos que foi apresentado em janeiro de 2022. De facto, a Honor já anunciou o seu sucessor, o Magic Vs, mas por enquanto não o podemos adquirir. De qualquer forma, como em muitos outros smartphones com o apelido "s" no nome, as diferenças não são grandes entre eles. AApesar de tudo, o Honor Magic V tem pontos atractivos, como as maiores ecrãs desta comparação: 7,9 polegadas desdobrado e 6,45 polegadas dobrado. A diferença em relação ao Huawei é mínima, mas está lá. A menor potência do Magic V pode ser compensada por ecrãs maiores ou pelas impressionantes câmaras com que conta. Ao nível da potência, dada a data de apresentação, descemos mais um degrau, até ao Qualcomm Snapdragon 8 Gen 1. Continua a ser acompanhado por 12 GB de memória RAM, como nos seus rivais, mas a diferença pode ser notada nas situações mais exigentes ou na autonomia, embora esteja presente a carga rápida a 66W. Neste caso, não falta o 5G, o que é um ponto a favor em relação ao Huawei. No entanto, sentimos falta de detalhes por parte da Honor sobre como tirar partido do ecrã e da potência, porque em nenhum momento explicam no seu site como podemos usar multitarefa ou como as aplicações se adaptam aos seus ecrãs. Em relação ao design, é muito semelhante aos seus rivais, incorporando essa dobradiça graças à qual o smartphone fica totalmente plano quando está fechado. E não podemos esquecer-nos das câmaras, onde o Honor aposta numa combinação tripla de 50 megapixels na traseira, na qual sentimos falta do zoom óptico que os seus rivais oferecem. Esse ponto negativo pode ser compensado pelas câmaras frontais dos dois ecrãs, com nada mais e nada menos que 42 megapixels. Em suma, o Honor Magic V é um telemóvel que, para o tempo que tem, não envelheceu mal, porque os seus rivais têm mais potência ou autonomia, mas o seu design não está desactualizado. Agora, será isso suficiente para o considerar para compra? Comparativa de smartphones dobráveis tipo livro: fichas técnicas Nesta tabela resumimos as características técnicas dos nossos três protagonistas, os melhores smartphones dobráveis com fecho de tipo livro que se podem comprar hoje em dia em Espanha. Com ela, podem-se intuir vantagens e desvantagens de cada um deles, mas vamos facilitar-te a vida, porque agora é a vez de tirar conclusões. Conclusões, qual escolho? Os três telemóveis de que falámos ao longo deste artigo são excelentes smartphones, dos mais potentes do mercado, com ecrãs muito bons e grandes e câmaras à altura. Agora, há diferenças entre eles que podem, precisamente, fazer a diferença. Dependendo dos aspectos a que dás mais peso ou do uso que vais fazer do telemóvel, haverá sempre um que te convém mais do que outro. Em termos de potência, não há dúvidas de que o Samsung Galaxy Z Fold5 é o melhor, por ter o processador mais recente. Além disso, isso faz com que a sua autonomia, apesar de ter a menor capacidade de bateria dos três, supere o resto. No entanto, falta uma carga rápida mais rápida, como as que oferecem tanto o Huawei como o Honor, que nisso podem gabar-se. Em relação aos ecrãs, a realidade é que os três oferecem tecnologias de ponta e resoluções muito altas. É verdade que os ecrãs mais pequenos são os do Samsung, mas não se deve perder de vista que a diferença émuito pequena, até 0,3 polegadas no máximo. Portanto, se o teu foco está no ecrã, qualquer um dos três pode ser uma boa escolha. No que diz respeito às câmaras, um aspecto em que nem tudo são megapixels, os três estão a um nível muito bom, destacando-se o Honor pelas suas câmaras frontais, que podem ser mais indicadas para videochamadas. E quanto à conectividade e software, aqui temos que voltar a falar da ausência do 5G, Android e dos serviços do Google no Huawei Mate X3, que o descartam automaticamente para quem quer contar com essas características.