Tipos de memórias RAM, qual escolher?

O que é uma memória RAM?

A memória RAM é o componente focado na gestão e atendimento dos múltiplos processos que ocorrem desde que iniciamos sessão no Windows, macOS, Linux ou qualquer sistema operativo. Entendamos processo como a tarefa que é criada quando executamos um programa ou serviço dentro do S.O. 

Definida a sua razão de ser, as siglas RAM referem-se a Random Access Memory (memória de acesso aleatório), referindo-se a ser um armazenamento volátil temporário que o sistema possui. 

Por que ter mais memória RAM oferece mais "capacidade multitarefa"? Diz-se isso porque ter mais RAM permite ao S.O aceder e ler mais dados, em vez de ter que recorrer à memória dos HDD ou SSD. E sim, existe uma hierarquia no Windows na hora de aceder à memória:

1. A memória cache interna da CPU para executar a tarefa ou instrução. É muito rápida e a sua latência é mínima porque está dentro da CPU, classifica-se em níveis (L1, L2 e L3, normalmente). 
2. A memória RAM é o segundo lugar, fica perto do socket da CPU e caracteriza-se por ter muito mais capacidade do que a cache. No entanto, adiciona-se alguma latência desde o pedido até à resolução do mesmo.
3. Os discos rígidos e a sua capacidade ficam como "armazenamento auxiliar" quando a cache e a RAM estão cheias.

O que vemos hoje em laptops e computadores, é a DRAM ou Dynamic RAM que requer eletricidade para que os dados sejam armazenados. Por este motivo, uma vez desligado o PC, tudo o que guardamos nela é apagado. Por outro lado, temos a SRAM, que é estática e cujos dados são armazenados uma vez que o PC é desligado (SSD, por exemplo).

No início da era PC, a memória RAM eram chips soldados à placa-mãe, mas depois deu-se lugar ao módulo SIMM e às suas ranhuras posteriores. Aqui nasce a memória RAM num formato de módulo, que é uma PCB com algumas memórias instaladas num dos lados e com uma série de pinos na sua parte inferior.

Deve-se dizer que ainda vemos memórias soldadas: as LPDDR de certos laptops, smartphones ou tablets, como as GDDR das GPU.

Tipos de memórias RAM

Encontramos diferentes memórias RAM na hora de comprar os nossos módulos, por isso pretendemos dissipar dúvidas para que saibas para que serve cada uma.

A priori, os tipos principais de memórias RAM são DIMM e SO-DIMM.

DIMM (Dual In-Line Memory Module)

São os módulos de memória RAM focados para servidores e computadores de mesa, tendo 288 pinos ou conectores no caso das DDR4 e DDR5. Destacam-se pelas suas dimensões, com uma PCB mais alongada do que o formato que explicaremos mais adiante.

Antes falamos das SIMM, e as DIMM são a sua evolução natural, em que as melhoram? Mais capacidade e que os pinos estão em ambos os lados. Normalmente, temos dimensões de 130 x 25 mm, mas o espessura vai depender de que caixa tenha, indo desde os 3 até os 8 mm.

Outro fator diferenciador, é a voltagem: consomem mais do que os módulos SO-DIMM. Enquanto uma DDR4 SO-DIMM normalmente não chega a 1.2V, uma DIMM pode ultrapassar os 1.35V. Além disso, as suas frequências são muito maiores do que os módulos para laptops e mini PC.

Também se diferenciam por virem com caixas ou dissipadores chamativos, iluminação RGB, etc., enquanto que os outros módulos que verás não têm estas coisas por uma razão. Recomendamos que continues a ler até abaixo porque há certas recomendações que deves observar se vais comprar memória RAM DIMM para o teu PC gaming, especialmente relacionadas com dissipadores, mini PC e outros aspetos.

SO-DIMM (Small Outline Dual In-Line Memory Module)

Mais curta, com menos consumo e, por isso, com menos contactos. Instalam-se em laptops e certos mini PC (muitos barebone), tendo capacidades muito interessantes, apesar do seu tamanho.

Não esperes frequências espetaculares, pois costumam atingir no máximo 3.200 (DDR4) ou 4800 (DDR5). Também não têm uma qualidade-preço muito boa porque são menos procuradas e fabricam menos para vender a retalho.

De qualquer forma, podes ver conjuntos de 16, 32 e 64 GB sem qualquer problema, mas o característico não é isso. Temos 260 pines e as medidas são de 69.6 x 30 mm, além deter uma voltagem muito menor: 1.2V no máximo.

A razão para isso está nas necessidades de oferecer alguma autonomia em portáteis, por isso não interessa ter mais voltagem; de facto, com DDR5 a voltagem foi reduzida em 0.1V a nível geral.

Por outro lado, é muito mais comum ver módulos SO-DIMM soltos, do que em packs. Não são poucos os portáteis que só têm uma ranhura RAM na placa-mãe, mas os modernos costumam usar 2 canais.

Também não verás memórias deste tipo com RGB ou difusores chamativos, porquê? Porque normalmente não estão à vista nos equipamentos onde são instalados: mini PCs e portáteis.

RDIMM

Os módulos RDIMM diferem dos anteriores nos pilares mais básicos e são os usados para servidores porque requerem muito mais RAM por módulo. Principalmente, os módulos RDIMM usam um registo adicional para reduzir a carga elétrica no controlador de memória e usar mais módulos de memória por canal. 

Podemos dizer que se caracterizam por ter mais memória, mais fiabilidade e mais desempenho que se traduz em mais velocidade de transferência, menos consumo de energia e mais capacidade por módulo. Isto tem vindo a aumentar à medida que se tem passado de DDR3 para DDR4, DDR5, etc. 

Se tens curiosidade sobre estas memórias, um módulo DDR5 RDIMM pode albergar 128 GB a 8000 MHz. Da mesma forma, podemos encontrar outros fatores de forma de memória RAM em servidores, como é o MCRDIMM. 

LPCAMM2

A Lenovo já a usa em alguns portáteis como os ThinkPad P1 Gen 7, e é uma nova memória da Micron. A razão de ser da LPCAMM2 (Low-Power Compression-Attached Memory Module) é poupar espaço no chassis dos portáteis, e talvez nas consolas portáteis do futuro. Pode ser reparada e ampliada de forma simples, tal como acontece com as memórias RAM atuais.

De facto, é um tipo de memória LPDDR, mas não é soldada, mas sim inserida numa espécie de socket como se fosse um AMD Ryzen ou Intel Core. Embora seja uma novidade da Micron, digo-vos que foi desenvolvida pela Dell inicialmente e já é um padrão JEDEC reconhecido. 

Chaves para escolher uma memória RAM

Vamos rever as características principais, mas mais abaixo verás algumas recomendações que não deves ignorar ao escolher uma memória RAM.

Latência

Dito de forma resumida, a latência da memória RAM é o tempo que a memória RAM demora a fazer um pedido feito pela CPU. Digamos que a CPU vai enviando solicitações e tarefas à memória RAM e esta tem que as atender rapidamente, mas nesse caminho há “lag” ou atraso.

Raciocinaste bem: quanto menor a latência, mais rápida será a memória RAM a atender pedidos. Por isso, interessa saber como podemos saber ou como se mede a latência.

A latência é medida em ciclos de relógio e está representada pelos timmings, mas ao comprar uma memória RAM tens que te fixar no CL (CAS Latency) para saber qual é a latência.

Indo à nossa loja, podes ver um exemplo rápido:

Frequência

Não devemos confundir a frequência com a velocidade, e é que aqui fazemos referência à frequência de relógio, que é medida em MHz. Vais-te aperceber que quando se aumenta a frequência da memória RAM, a latência também aumenta. Por este motivo, encontrarás CL36 em módulo DDR5 que vão a 5000 MHz, por exemplo.

É importante que, antes de comprar qualquer módulo, saibas a frequência que a tua placa-mãe suporta porque não poderás fazer funcionar uns módulos acima da frequência suportada por esta.

É necessário mais de 3.200 MHz ou 6000 MHz para tarefas normais? Não é necessário, mas em tarefas exigentes sim, nota-se a diferença.

Voltagem

Embora tenhamos explicado ligeiramente antes, a voltagem é um valor super importante nas memórias RAM. Se não vais fazer overclock, não te importará esta secção, mas se quiseres aumentar a sua velocidade... deves ter cuidado.

Em primeiro lugar, porque existem certos limites ou tolerâncias: quando queremos aumentar a frequência dos nossos módulos, temos que aumentar a voltagem. Nem todas as memórias RAM estão preparadas para esta prática, e nem todos os equipamentos estão condicionados para isso.

Mais do que em qualquer outro componente, mais velocidade implica mais probabilidade de erros. E no mundo da memória RAM, encontrarás as siglas ECC (correção de erros) e Non-ECC (sem correção de erros).

O problema das memórias ECC, é que estão destinadas a servidores e há muitos processadores AMD e Intel que não são compatíveis com elas (especialmente os domésticos).

Escolher memória RAM: recomendações

De forma sucinta e direta, vamos dar-te algumas recomendações que deves ter em conta ao escolher a tua memória RAM:

• Verifica o fator de forma da tua placa-mãe: DIMM ou SO-DIMM.
• Se tens um portátil com memória LPDDR, não podes instalar memória RAM DIMM ou SO-DIMM.
  • Em qualquer caso, certifica-te de que podes expandir a memória RAM.
• Antes de comprar qualquer coisa, fixa-te na frequência suportada pela placa-mãe (podes ver isso no manual ou na ficha técnica).
• Sempre tens em mentea relação preço-capacidade-frequência-latência.
• Quando instalas a memória RAM funciona a frequência por defeito: tens que entrar na BIOS para colocá-la aos MHz anunciados. Podes fazer uso de perfis XMP para tornar isso mais fácil.
• A nível genérico, não há um grande impacto de desempenho de single channel para dual channel.
• Não mistures memórias RAM diferentes, mesmo que compres 2 módulos separadamente. As incompatibilidades não surgem apenas por marca-modelo, mas por fabricação.
• Recomendável comprar 16 GB como mínimo para o futuro.

Qualquer tipo de dúvida sobre um produto, podes clicar com o botão direito no ícone de interrogação para nos perguntar o que precisares.

Não percas nenhuma das nossas memórias RAM porque, temos todas!